A História de um Menino Gago que se Tornou um Rei

  • 12:48
  • 24 novembro 2015
  • Um menino que sempre viveu a sombra do irmão mais bonito, comunicativo e apoiado pelo pai. Canhoto, ele foi obrigado a fazer tudo com a mão direita.
    Filho de um casal rico, Albert  e o irmão bonitão viviam sob os cuidados de um professor que não fez questão de desenvolver nos garotos amor pelos estudos.
    Albert além de não se sentir bonito e inteligente ainda desenvolveu um problema que atrapalhava ainda mais sua vida. Ele era gago e por isto preferia ficar calado quando estava perto das pessoas.
    Este menino precisa superar seu sentimento de inferioridade, sua timidez, seu pavor de falar em público para assumir os negócios da família.
    Esta não é a história criada por um escritor. Esta é a vida de Bertie, ou do rei George VI, pai da atual rainha Elizabeth II que foi levada ao cinema e também descrita no livro "O Discurso do Rei".



    Rei George VI

    Nesta resenha vou mostrar a vocês o que o filme não revelou e para mim é a parte mais bonita da história. Ela mostra a união de um especialista em voz com um homem decidido a se curar.
    Lionel Logue nasceu na Australia e cresceu em uma família feliz. Ele descobriu sua paixão pelo funcionamento da voz muito cedo e se especializou no assunto, numa época em que o rádio nascia e que era importante as pessoas terem uma boa dicção quando falavam em publico.
    Em uma viagem de trem Logue percebeu que um soldado a sua frente tinha dificuldade para falar e pediu a ele que o procurasse no consultório.Com exercícios respiratórios e uma terapia emocional o rapaz voltou a conversar e falou sem parar durante três semanas. Quando os amigos o mandavam ficar quieto ele dizia: estou tirando o atraso.


    Logue e Mirtle


    Enquanto Logue tinha uma vida feliz, Bertie sofria. Quando a avó fazia aniversário, ele e os irmãos eram obrigados a decorar textos de Goethe e a recitar em público para ela. Os irmãos se saiam bem. Bertie fazia feio e virava chacota dos convidados.
    Aos 13 anos, ele foi mandado para o colégio interno e virou alvo de bullying. Foi apelidado de sardinha porque era muito magro. Seu desempenho escolar não era dos melhores. Em uma classe de 68 alunos, ele ficou com uma média, que o colocava em 68.
    O menino cresceu e se apaixonou por Elizabeth, a quem nos conhecemos  como rainha mãe. Com medo de gaguejar na hora de pedi-la em casamento ele encarregou um amigo de fazer o pedido que foi recusado. Então, ele superou a vergonha e mesmo gaguejando a pediu em casamento.

    Rei George VI e a rainha Elizabeth I 


    Após se casar ele conheceu Loguie e com o apoio da mulher começou a se tratar. Na primeira consulta Loguie disse a ele que o problema era físico. Que ele precisava aprender a respirar, a controlar o diafragma, a não travar a boca, a trocar palavras difíceis dos textos por outras mais fáceis e a exercitar a língua para conseguir falar direito (O que chamamos de trava línguas)

    Bertie então começa a fazer exercícios em todos os momentos que tem de folga das suas atribuições oficiais. Após meses de treinamento começa a falar em público sem grande constrangimento, mas ainda com muito medo.

    Em 1936, o pai de Bertie, o rei morre. Interessante saber que ele morreu após o medico dar a ele uma injeção de morfina com cocaína para amenizar o sofrimento e ao mesmo tempo para fazer com que a morte saísse na edição matinal do The Times e não em jornais inapropriados.

    Quem deveria assumir o trono era o irmão bonitão, conhecido como o príncipe Dourado. Eduard que sempre gostou de mulheres casadas. Após assumir o trono ele não queria ficar longe da sua paixão uma americana casada e deixou o cargo de rei para viver este grande amor.

    Eduardo VIII e Wallis Simpson 

     Sobrou para Bertie, o tímido, aquele que sofria, tremia, não dormia quando tinha que falar em público, assumir o trono da Inglaterra. Suas responsabilidades aumentam e seu nervosismo também, o que dificulta a fala. Loguie entra mais uma vez em ação e o rei trabalha como nunca para ter confiança e fazer o discurso de coroação. A partir dai você vê no filme e no livro o esforço de um homem para fazer os discursos na rádio durante a segunda guerra mundial e durante o Natal. Esta é a história do discurso do rei? Não, esta é a história de um homem que a vida fez rei e que precisou superar todos os seus problemas para conseguir desempenhar o seu cargo como homem. Uma história de superação.

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