Euridice Gusmão e dona Nenê, do Álbum de família: o que elas têm em comum?

  • 09:09
  • 23 março 2017

  • Quando li a reportagem sobre o  livro "A vida invisível de Eurídice Gusmão", de Martha Batalha e soube que a obra tinha conquistado primeiro as editoras estrangeiras e não as brasileiras fiquei pensando: o que este livro tem?
    Tive a oportunidade de conhecê- o neste mês de março porque estou lendo apenas mulheres e fiquei encantada com a narrativa da autora e com sua capacidade de ir a fundo nos dilemas da existência feminina.


    Mas, o que a Eurídice do livro tem em comum com a Nenê, do Álbum de Família, série da Globo que foi ao ar ontem a noite (22/03/2017)?
    No episódio, Nenê faz um balanço da vida e percebe que passou a existência fazendo o que os outros queriam e deixando os próprios sonhos de lado. Queria ser bailarina, mas ficou grávida e virou dona de casa, esposa, mãe, sogra e avó. E os sonhos de viajar o mundo e de ser bailarina? Ficaram perdidos durante a sua existência.

    O livro de Martha Batalha mostra a trajetória de duas irmãs Guida e Eurídice, que moram na Tijuca, no Rio de Janeiro, nas décadas de 1950 e 1960,  Guida foge de casa com o namorado e Eurídice resolve ser a filha exemplar e se  esconde da vida para não magoar os pais, depois deixa os sonhos de lado para atender o marido e os filhos.
    Como isto acontece com ela e com muitas mulheres? Devagarinho, e quando você acorda a vida passou pela janela. Ao ler o livro você vai encontrar  na Eurídice um pouco da sua avó, da sua mãe e talvez de você.
    Se você enxergar nela um pouco de você está na hora de repensar a vida porque o mundo está mudando e as mulheres não podem repetir a saga de suas mães. Ou será que podem?
    Você vai ter que analisar cada momento da sua existência, com carinho, porque não dá para chegar na maturidade, olhar para trás e ver que a vida passou e você não realizou nenhum dos seus sonhos.
    Livros como "A vida invisível de Eurídice Gusmão" merecem ficar na cabeceira da cama, para você analisar através da personagem a sua própria existência.

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