Passarinha - Kathryn Erskine

  • 12:18
  • 12 novembro 2015
  • Eu sempre fico pensando em como é frágil a vida cada vez que ouço ou assisto uma reportagem falando a respeito de algum massacre em escolas ou lugares públicos.
    Fiquei verdadeiramente apreensiva em 2007, quando um estudante coreano entrou na universidade estadual da Virginia às sete horas e matou duas pessoas.
    Na época, o  reitor da universidade não comunicou o fato ao restante do campus porque acreditou que ele havia fugido.
    Isto não aconteceu e duas horas depois Cho Seung Hui  invadiu o prédio da Engenharia matou mais 30 pessoas e se matou. Enquanto ele atirava, mandou para as redes de televisão imagens onde ele aparecia armado.


    Foi o maior massacre já visto em escolas em toda a historia dos EUA. Estes fatos nos ficamos sabendo pela mídia, mas o que aconteceu com a vida das famílias que perderam seus filhos, pais e mães nesta tragédia?
    A mídia noticia apenas a história do momento, mas não as marcas deixadas por ela.
    O livro Passarinha é baseado nesta história e mostra a vida de uma família após perder o filho assassinado em uma escola. Não é um fato verídico, apenas um pano de fundo para a história.

    Síndrome de Asperger


    Caitlin tem 10 anos e tem a Síndrome de Asperger, uma forma mais branda de autismo. Ela não consegue se relacionar com as pessoas, tem fixação por determinados movimentos, não fixa o olhar. Quem tem este distúrbio também costuma ser muito inteligente  em determinadas áreas como Matemática e música.
    A nossa personagem gosta de desenhar e acredita que é a melhor desenhista do Estado da Virginia.

    Os melhores amigos dela são o dicionário, o computador e a tv. A cor preferida é a roxa.
    Ela também escreve as palavras que gosta com letra maiúscula e vive chupando a manga da camisa.
    O irmão dela, Devon, foi morto na faculdade por um atirador e ela sabe que ele morreu, mas não entende completamente o significado desta realidade.
    Caitlin mora com o pai, porque também perdeu a mãe. Devon a ensinava a fazer tudo. Ele dizia como ela deveria se comportar, se vestir e olhar as pessoas.
    Junto com o pai ele fazia um armário para dar a turma de escoteiros. Mas depois da morte dele, o pai não quer mais fazer o armário e trancou o quarto do filho para ninguém entrar. Caitlin também o surpreende várias vezes chorando.
    Ela não compreende a atitude do pai e sofre muito. Na escola ela conversa com a senhora Brooks uma psicóloga que tenta ajudá-la  a entender esta perda e fala para ela sobre a necessidade de fazer amigos.
    Caitlin também quer auxiliar o pai a superar o Dia em que a Nossa Vida Desmoronou, frase que ela usa sempre que lembra do irmão morto ou quando percebe que o pai está sofrendo pela perda do filho o que acontece quase todos os dias.
    Eu me emocionei várias vezes durante a leitura. Caitlin é bem inocente e muita gente pode achar a história simples, mas para mim ela foi comovente.
    Você também fica sabendo sobre a síndrome de asperger e as características das pessoas que sofrem deste malo e como compreendê-las.


    Sol É Para Todos

    Este livro também faz referência ao livro O Sol é Para Todos de Harper Lee que narra a historia de um advogado branco que defende um negro acusado injustamente por um crime.
    Caitlin, assim como Sarah Nelsonde Claros Sinais de Loucura já assistiu ao filme, estrelado por Gregory Peck, baseado no livro, várias vezes. Ela também tem paixão por Aticus Finch e quer ser a filha dele Scout.

    Notas

    Nota para capa:
    10 – amo esta capa e esta menina  encolhidinha. Quando Caitlin está triste ela vai para o quarto de Devon, se enrola em uma colcha e fica deitada encolhidinha debaixo da cama dele.

    Personagem preferido:
    10 – No livro a gente está na cabeça de Caitlin. A gente sabe tudo o que ela pensa porque ela é a narradora. Em sua simplicidade de criança Caitlin nos faz entender que é preciso ter compreensão com todas as pessoas independente da maneira como elas agem. Compreensão pode evitar tragédias como a ocorrida na Universidade Estadual de Virginia.

    Enredo:
    10 – Narrado de uma forma simples a autora consegue mostrar a vida de uma criança diferente convivendo em um ambiente escolar e ao mesmo tempo mostrar como ela é compreensiva com quem a trata rispidamente, mesmo sabendo que ela vive um dos piores momentos da vida, que é a perda do irmão.

    Quem Escreveu


    Kathryn Erkine foi advogada durante 15 anos, mas largou a profissão para se dedicar a literatura. Seu primeiro livro foi Passarinha que já vendeu milhares de cópias em todo o mundo. Ela diz que escreveu o livro porque a filha tem Asperger e ela gostaria que a menina fosse entendida pelas outras pessoas.

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